Qual é a diferença entre SaaS e on-premises?
On-premises e Software como Serviço (SaaS) representam duas abordagens distintas para a implementação e utilização de softwares essenciais nas operações comerciais de sua organização.
No modelo on-premises, a empresa adquire licenças e realiza a instalação do software em seus próprios data centers. Toda a infraestrutura necessária, incluindo servidores, sistemas operacionais, redes e segurança, é gerida internamente pela equipe de TI da organização. Este modelo envolve a aquisição e manutenção do hardware, a configuração dos sistemas operacionais, bem como a instalação, atualização e suporte contínuo de todos os componentes, como plug-ins e extensões.
Em contraste, o modelo Software como Serviço (SaaS) é fundamentado na nuvem e proporciona acesso às aplicações por meio da internet, geralmente através de um navegador. Neste formato, todo o ambiente desde os servidores até a segurança e as atualizações é administrado pelo provedor do serviço. Dessa forma, a organização usuária não precisa se preocupar com a infraestrutura subjacente nem com a manutenção técnica, permitindo um foco exclusivo no uso eficiente, escalável e sob demanda do software.
Diferenças de implementação: SaaS vs. on-premises
As soluções on-premises demandam uma implementação e um gerenciamento de infraestrutura consideravelmente mais complexos em comparação às soluções de Software como Serviço (SaaS). A seguir, abordamos outras diferenças relevantes entre esses dois modelos, com ênfase em aspectos como custo e personalização.
Custo
No modelo on-premises, a organização assume a responsabilidade por todo o processo de aquisição, implementação e manutenção da infraestrutura de TI. Isso abrange a compra de servidores, sistemas de armazenamento, redes e a contratação de uma equipe técnica para assegurar o funcionamento contínuo dos sistemas, além da resolução de problemas. As atualizações de hardware e software também são de responsabilidade da empresa, resultando em custos adicionais. O tempo necessário para planejar, adquirir e configurar esses recursos impacta diretamente o orçamento. Por essas razões, as soluções on-premises tendem a exigir investimentos iniciais elevados e custos operacionais maiores ao longo do tempo.
Em contrapartida, o modelo SaaS elimina a necessidade de aquisição de infraestrutura própria. As empresas contratam os serviços de um provedor externo, que se encarrega da hospedagem, manutenção e suporte técnico. Normalmente disponibilizado por meio de assinaturas mensais ou anuais, o SaaS permite que a organização pague apenas pelos recursos utilizados, com diferentes planos e níveis de serviço. Isso torna o SaaS uma opção mais acessível e ágil, especialmente para empresas que desejam iniciar rapidamente ou escalar com flexibilidade.
Personalização
As soluções on-premises proporcionam um elevado grau de controle e personalização. Como a infraestrutura e o software são gerenciados internamente, é viável realizar integrações específicas com sistemas legados, desenvolver funcionalidades sob medida e adaptar o ambiente de TI às necessidades exatas do negócio. No entanto, essa flexibilidade requer conhecimento técnico, tempo e investimentos adicionais.
Por outro lado, no modelo SaaS, a personalização ocorre de maneira distinta. Embora não seja possível modificar diretamente a infraestrutura do provedor, as soluções SaaS modernas frequentemente oferecem uma ampla capacidade de configuração, incluindo recursos parametrizáveis, integrações via APIs e diferentes planos de serviço. A escolha do fornecedor é crucial, uma vez que cada um oferece um nível variado de customização. Em muitos casos, é possível contratar e começar a utilizar a aplicação no mesmo dia, com configurações ajustadas às necessidades específicas da sua organização.
Suporte contínuo
Nas soluções on-premises, toda a responsabilidade pelo suporte contínuo recai sobre a própria organização. Isso abrange a detecção e correção de erros, a aplicação de atualizações, o gerenciamento da infraestrutura e a garantia da disponibilidade dos sistemas. Para atender a essas demandas, é necessário manter uma equipe interna de TI qualificada, o que implica custos relacionados à contratação, treinamento, salários e desenvolvimento profissional. Além disso, a resolução de problemas pode depender da disponibilidade da equipe, o que pode aumentar o tempo de resposta em situações críticas.
Em contraste, no modelo SaaS, o suporte técnico é fornecido diretamente pelo provedor do serviço. A manutenção, as atualizações e a gestão da infraestrutura são de responsabilidade do fornecedor, que assegura o funcionamento contínuo da plataforma. Sempre que surgir uma dúvida ou um problema, a organização pode acionar o suporte técnico, geralmente disponível por meio de múltiplos canais, como chat, e-mail ou telefone. Essa abordagem reduz a carga sobre a equipe interna e proporciona maior agilidade na resolução de incidentes.
Segurança
No modelo on-premises, sua organização possui controle total sobre as medidas de segurança adotadas. Isso abrange desde a escolha das ferramentas de proteção cibernética até a definição de políticas e práticas de segurança interna. Essa autonomia permite a personalização completa do ambiente de TI, ajustando-o às necessidades específicas do negócio ou às exigências regulatórias do setor. No entanto, essa flexibilidade vem acompanhada de responsabilidades significativas: é necessário monitorar constantemente o ambiente, aplicar atualizações e responder rapidamente a ameaças. Todo o esforço de proteção depende da capacidade da equipe interna.
Por outro lado, no modelo SaaS, os provedores assumem a responsabilidade pela segurança da infraestrutura que oferecem. Atendendo a clientes em escala global, essas empresas investem significativamente em tecnologias avançadas de segurança, como criptografia de dados, autenticação multifator, prevenção contra invasões e conformidade com normas internacionais. Muitos provedores contam com equipes especializadas que monitoram seus sistemas 24/7 para detectar e mitigar possíveis incidentes. Apesar disso, o nível de segurança pode variar entre fornecedores; portanto, é fundamental escolher parceiros confiáveis e com reputação sólida no mercado.
Backup
Com uma solução on-premises, sua organização possui controle total sobre os processos de backup. Isso permite definir com precisão a frequência, os métodos e as políticas de retenção de dados, de acordo com as necessidades específicas do negócio. É possível configurar backups incrementais, diferenciais ou completos, além de armazená-los em locais físicos ou em nuvens privadas. No entanto, essa autonomia também traz responsabilidades: sua equipe de TI deve garantir que os backups sejam realizados corretamente, armazenados em locais seguros (incluindo externos) e que existam planos eficazes de recuperação em caso de falhas de hardware, desastres naturais ou incidentes inesperados.
Por outro lado, nas soluções SaaS, os backups são geralmente gerenciados pelo próprio provedor como parte do serviço contratado. Isso inclui processos automatizados de backup regular e planos robustos de recuperação de desastres, projetados para proteger os dados do cliente em larga escala. Fornecedores confiáveis contam com infraestruturas redundantes, protocolos rigorosos de segurança e equipes dedicadas a garantir a integridade e a disponibilidade dos dados. Contudo, é fundamental compreender a política de backup e recuperação do provedor escolhido, incluindo frequência, tempo de retenção, locais de armazenamento e procedimentos em caso de falha, antes de firmar qualquer contrato
Outras diferenças importantes: SaaS vs. implantações on-premises
Além dos fundamentos do software como serviço (SaaS) e das implantações on-premises, várias outras distinções diferenciam essas soluções.
Escalabilidade
As soluções on-premises oferecem capacidade de escalabilidade, mas essa expansão envolve custos significativos e prazos mais longos. Para aumentar a capacidade do sistema, é necessário investir em novos hardwares, realizar atualizações na infraestrutura e, muitas vezes, reconfigurar o ambiente de TI. Em cenários de crescimento rápidocomo um aumento repentino no tráfego ou na demanda não é possível escalar instantaneamente. A organização precisa planejar com antecedência, adquirir equipamentos adicionais e aguardar sua entrega e instalação. Como alternativa, pode-se provisionar recursos em excesso desde o início, o que pode resultar em subutilização e desperdício de recursos até que a capacidade extra seja realmente necessária.
Em contraste, o modelo SaaS oferece escalabilidade praticamente imediata. Basta ajustar o plano de assinatura para acessar mais recursos, usuários ou funcionalidades, sem necessidade de investimento em hardware físico ou alterações complexas na infraestrutura. Essa flexibilidade permite que as empresas se adaptem rapidamente a picos de demanda ou a mudanças no volume de operações, mantendo a performance e a continuidade dos serviços. A escalabilidade do SaaS é dinâmica, econômica e projetada para acompanhar o crescimento do negócio de forma fluida.
Acessibilidade
Em ambientes on-premises, a organização é responsável por garantir que os funcionários tenham acesso confiável ao software. Isso inclui o gerenciamento das conexões de rede internas, VPNs e eventuais restrições de acesso remoto. Em empresas com operações distribuídas geograficamente, pode ser necessário implantar múltiplas instâncias do software em diferentes datacenters para garantir desempenho e disponibilidade globais. Cada uma dessas instâncias exige manutenção contínua, atualizações sincronizadas e monitoramento constante para oferecer uma experiência de usuário uniforme.
Por outro lado, a acessibilidade é uma das principais vantagens do modelo SaaS. Projetadas para oferecer acesso remoto, as soluções SaaS permitem que qualquer colaborador, de qualquer lugar do mundo, acesse os sistemas por meio de navegadores ou aplicativos dedicados, bastando ter conexão com a internet. Isso facilita o trabalho remoto, a colaboração entre equipes distribuídas e a mobilidade corporativa, sem a necessidade de configurações complexas ou infraestrutura adicional. O acesso é rápido, seguro e otimizado para múltiplos dispositivos.
Análises
Em ambientes on-premises, as capacidades analíticas dependem diretamente das ferramentas que a organização escolhe integrar ao seu sistema. Essa abordagem oferece um alto grau de flexibilidade, permitindo o uso de soluções específicas e customizadas conforme as necessidades do negócio. No entanto, essa liberdade exige investimentos em licenças de software analítico, além da possível contratação de engenheiros e analistas de dados para desenvolver relatórios, dashboards e sistemas personalizados. A integração, manutenção e atualização dessas ferramentas também ficam sob a responsabilidade da equipe interna.
Já nas soluções SaaS, as funcionalidades analíticas geralmente fazem parte do próprio serviço. Muitos provedores oferecem integrações nativas com plataformas de análise de dados e relatórios, além de pacotes de business intelligence incluídos no plano de assinatura ou disponíveis como complementos. Embora o nível de personalização possa variar conforme o fornecedor, essas ferramentas são projetadas para atender à maioria dos cenários de uso com rapidez e simplicidade. Os usuários podem escolher planos que incluam os recursos analíticos desejados, embora, em geral, não seja possível modificar profundamente as ferramentas fornecidas, como seria possível em uma solução on-premises.
Por que as soluções SaaS substituíram as implantações on-premises?
Uma solução on-premises foi considerada a abordagem comercial padrão por muitos anos. Porém, as soluções de software como serviço (SaaS) são cada vez mais usadas por vários motivos.
O modelo SaaS é altamente acessível e conveniente para empresas. Ele oferece os seguintes benefícios:
- Uma abordagem com bom custo-benefício com modelos flexíveis de preços de SaaS;
- A capacidade de aumentar ou reduzir a escala verticalmente com investimentos mínimos de custo e tempo;
- Suporte e manutenção contínuos;
- Segurança e proteção de dados em conformidade com as devidas regulamentações;
- A tecnologia de computação em nuvem avança constantemente, e os fornecedores atualizam regularmente sua infraestrutura para oferecer o melhor serviço possível aos clientes. Os contratos regem a relação fornecedor-cliente para garantir a qualidade.
Contratos de fornecedores de SaaS
Os provedores de SaaS oferecem Acordos de Nível de Serviço (SLAs) que estabelecem os direitos legais e contratuais dos clientes, garantindo uma base sólida para a utilização do serviço. Cada SLA define de forma clara e precisa os termos e condições de uso do produto SaaS, proporcionando transparência nas expectativas de ambas as partes. Entre as principais cláusulas do SLA, estão:
- Tempo de atividade: A porcentagem de disponibilidade do serviço, com garantias de uptime e compensações em caso de interrupções não planejadas.
- Segurança: Expectativas em relação às medidas de proteção de dados, criptografia e conformidade com regulamentações de segurança, como a GDPR ou outras leis de privacidade.
- Suporte ao cliente: O grau de suporte técnico disponível, incluindo canais de comunicação (e-mail, telefone, chat ao vivo) e tempos de resposta para diferentes tipos de incidentes.
- Atualizações de software: Obrigações do fornecedor em relação às atualizações e melhorias contínuas do software, garantindo que os clientes tenham acesso às versões mais recentes.
Além disso, o SLA também aborda questões cruciais relacionadas à propriedade dos dados. Geralmente, o cliente retém todos os direitos sobre seus dados, com o fornecedor atuando apenas como custodiante. O SLA especifica como o cliente pode acessar, recuperar e excluir seus dados a qualquer momento, incluindo os procedimentos para backups, o local de armazenamento desses dados e as práticas adotadas para garantir sua integridade e segurança.
Esses detalhes são essenciais para estabelecer uma relação clara e segura entre o cliente e o fornecedor, garantindo que ambas as partes estejam cientes de suas responsabilidades e direitos.
Flexibilidade de SaaS
As soluções SaaS modernas oferecem uma flexibilidade incomparável, permitindo que as empresas atendam às suas necessidades específicas e alcancem suas metas de negócios de forma mais ágil. Com o modelo SaaS, as organizações têm a liberdade de escolher produtos que se conectam diretamente às fontes de dados que controlam, seja em ambientes de nuvem ou on-premises.
Além disso, as soluções SaaS podem ser facilmente integradas e utilizadas para complementar aplicações existentes, seja em infraestrutura local ou na nuvem. Essa flexibilidade permite que os clientes adotem soluções sob demanda que se ajustem perfeitamente aos seus requisitos de segurança, controle e personalização. Em vez de depender de soluções rígidas ou proprietárias, as empresas podem optar por pacotes de SaaS que atendam às suas necessidades específicas, sem comprometer a escalabilidade ou a segurança.